quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Agora é gilsonaguiar.com.br

Estamos abraçando um novo desafio, agora estou com um site. Espero que vocês gostem e acessem com a mesma freqüência que o blog. A quantidade de matérias colocadas no site são maiores, assim como a variedade de temas e relatos. Estarão presentes análises das entrevistas feitas nos programas "Pontos de Vista" (Rádio Universitária) e "Opinião" (Multi TV Cidades). Estarão replicas dos comentários da cbn, assim como acesso aos áudios. Meu site é gilsonaguiar.com.br. Acesse e confira.
Obrigado pelo espaço e até lá!


quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Vítima de si mesmo

O estrelato é a busca e ao mesmo tempo a condenação. O desejo de conquistar um espaço ao sol para grande parte dos brasileiros é uma luta diária, construção constante de possibilidades que inúmeras vezes não chega. Para o jogador de volei Ricardinho seu lugar ao sol se confunde com a própria atividade do astro rei, o homem de luz própria. Ao lançar o seu livro "Levantando a Vida" atraiu seus fãs para conhecerem sua história e, principalmente, trajetória no esporte que o cansagrou com o melhor levantador de volei do mundo. Mas, o que fez do lançamento de seu livro um espetáculo foi o corte de Ricardinho da equipe brasileira de volei que disputou o Panamericano do Rio de Janeiro. Na entrevista coletiva da obra que tem ele próprio como tema, o jogador deu entrevista sobre os motivos que o levaram a ser cortado da equipe brasileira. Alguns manhas e artimanhas ficaram claras. Na entrevista não ficou claro sobre corte da seleção, o jogador transferiu para o técnico Bernardinho a responsabilidade de esclarecer. O lançamento do livro ficou em segundo plano, talvez nem fizesse sucesso se não fosse o corte. Resta saber se Bernardinho terá participação na comercialização da obra, afinal o corte do jogador foi o elemento que deu destaque ao lançamento do livro.
Em meio a entrevista Bernardinho argumenta que a medalha de ouro do Pan foi arrancada de seu peito. Que tiraram a coroação de sua carreira brilhante, faltando apenas a medalha do Panamericano. O que me pergunto é se o campeonato viria com a presença de Ricardinho no time, se o relacionamento com a comissão técnica não afetaria o desempenho da equipe.
Calculo que Bernardinho agiu de forma correta, pensar na medalha do país é mais saudável que os delírios do rei sol.
Ricardinho considerava-se um líder da equipe e representou, segundo ele, a vontade da equipe de não dividir o prêmio da conquista no Pan com a comissão técnica. Antes de jogar já estava se dividindo o prêmio da vitória, que autoconfiança, que soberba magnífica, que determinismo despótico. Algo tipicamente brasileiro, é importante pensar no valor do esporte e do ídolo, ele sempre será medido pela moeda, mais do que o caráter. Mais que o corte de um jogador é o afastamento de um sócio.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Famílias menores, oportunidades de trabalho maior

Maringá deve mudar em 2030. Além de ter um predomínio das mulheres, as famílias irão diminuir em sua composição, a cidade terá cada vez mais um perfil de grande cidade. O que demonstra a integração constante com o grandes centros. A capacidade de transformação de uma cidade não é somente um fator de suas relações externas, mas a adaptação as necessidades de mudança que é resultado da gestão dos próprios mecanismos administrativos.
A redução da composição familiar é típica de áreas urbanas que a capacidade de oportunidades está crescendo. A carreira profissional se abre para os indivíduos que não estão dispostos a abrir mão de uma carreira profissional. Cada vez mais as famílias se adptam ao mercado de trabalho e não é determinante a permanência familiar sobre a carreira profissional. Famílias com poucos membros facilitam deslocamentos e impõe menos exigências.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Violência crescente, dignidade ausente

A violência é uma crescente e tende a tomar espaços que não estamos acostumados. Pensamento dominante entre os velhos moradores de uma Maringá pequena e "aparentemente" segura. A violência que toma conta da cidade é a mesma que se propaga pelo país. As condições não são diferentes e nem o sentido que a produz. Estamos convivendo com o tráfico propagado com a mesma habilidade que o produto mundial chega as prateleiras dos supermercados. A diversidade de droga é a mesma dos liquidificadores e celulares, os locais onde os produtos se encontram também se propagaram. Se as farmácias vendem bebidas alcoólicas, nas escolas se vendem drogas. Os supermercados vendem pneus, geladeiras, televisores de plasma e roupas, a família consome drogas e o irmão cossangüineo pode te apresentar ao traficante, velho amigo da prole. Estamos vivendo a escola do crime que começa em casa, onde o filho recebe a herança paterna da tática do assalto ou o esconderijo da droga guardada no motor do veículo da família em viajem de férias. Os pequenos furtos estão aumentando na proporção dos quilos de drogas apreendidos e o montante não descoberto, muitas vezes maior, que continua circulando intensamente. Mas, o que falta? Falta policiais, educação, emprego e sentido na vida. Os desconfortos da violência pode estar exatamente onde menos consideramos, nós mesmos. A vida tem cada vez menos sentido e nós vivemos o imediato, sem sentido.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Quando “Cora Coralina” é apenas um nome

A patrulha escolar de Sarandi apreendeu dois adolescentes armados. Eles disseram que levavam revólveres para a Escola para defesa pessoal. Quem está armado tem a intenção da violência. A arma ganha status de melhor argumento.
Assisti ao filme “Pixote”, sugiro que assista também “Cidade de Deus”. Vamos aprender com personagens que, por pertencerem ao meio da violência, interpretam muito bem o mal-feitor. O uso da arma é uma condição para quem precisa de uma identidade e um sentido. A adolescência determina caminhos a serem percorridos e impulsiona o jovem na busca de desafios. Isto é da idade. Mas, é irônico, porque na mesma idade que se busca na arma uma solução para a vida, o nome da Escola é um exemplo de outro caminho. Cora Coralina foi escrito goiana que aos 14 anos de idade se dedicou a escrever suas poesias, mesmo que sem publica-las. Contudo, mudou sua vida quando já tinha mais de 60 anos, inclusive o nome, Cora Coralina. Morreu com quase cem anos. Mas, infelizmente e provavelmente, este não será o fim dos adolescentes que portavam armas em uma escola em Sarandi, nem a poesia e nem viver muito. O mais próximo que estas histórias chegaram, a poetisa e os adolescentes armados, foi, apenas, o nome da escola.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Quando a deficiência é nossa

Existem vagas para deficientes nas empresas privadas, o que é uma exigência de lei, mas, faltam pessoas para ocuparem estas vagas. A deficiência não impede o desempenho do trabalho, não existe prejuízo para a empresa, mas ganhos. As pessoas com deficiência devem buscar a agência do trabalhador e se cadastrar. O trabalho permite uma inclusão do deficiente e supera a condição de marginalização. O deficiente que não tem sua autonomia econômica é colocado com um peso por familiares. Mas, deficiência não significa dependência. A inserção no mercado de trabalho permite ao deficiente dar um passo fundamental para sua liberdade.
Contudo, o grande problema de muitos deficientes é ele mesmo. Não conseguem viver sem a escora de sua deficiência, a muleta social da frágil vítima. Muitos deficientes se escoram nos limites físicos, os quais podem ser superados, para reivindicar a eterna permissividade. Devem ser atendidos em todos os pedidos, devem ter facilidades excessivas, devem sempre ser inocentados nas relações.
Já presenciei inúmeras vezes deficientes que alteram o ambiente onde chegam por uma mobilização social que se adapta a sua mínima necessidade, muitas destas adaptações nem eram necessárias. Em restaurantes as pessoas levantam e abre espaço para o deficiente passar sem que ele peça, nas escolas se facilita avaliações, reduzem atividades para os deficientes, sem que sua deficiência exija.
O deficiente deve ser amado só por ser deficiente? Não, apenas deve ser respeitado no limite de sua deficiência, o que não significa incompetência.
Se tratássemos os deficientes com iguais onde a deficiência não impõe desigualdade estaríamos fazendo um grande benefício para sua integridade. O maior obstáculos de um deficiente físico, via de regra, é ele mesmo.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Bom começo

Na busca da transparência temos que defender toda a prática de atendimento aos interesses públicos. A ACIM (Associação Comercial e Empresarial de Maringá) vai oferecer curso para os empresários participarem de licitações públicas. A propostos de um curso demonstra que os empresários iniciam uma postura de respeito ao poder público e confiança em fazer negócios com um cliente (Estado) que nem sempre teve fama de bom pagador.
A atuação do Observatório Social e abertura da Prefeitura de Maringá a ação de fiscalização contou para esta ação dos empresários.
É necessário que esta prática se consolide e, ao longo do tempo, permita a confiabilidade nas ações do Estado. É necessário ampliar os órgão público comprometido com a fiscalização de organizações não governamentais. Seria impossível, infelizmente, confiar nos mecanismos oficiais de fiscalização que estão dentro do próprio Estado. A corrupção atinge diversos escalões do governo e tendem a aumentar sua capacidade de contaminar toda a máquina pública.
A presença de organismo que se comprometam a fiscalizar o poder público tem que ser incentivada.
Quando nos preparamos para licitações honestas e demonstramos a possibilidade de gerenciamento competente dos gastos públicos iniciamos uma tarefa difícil, de lutar contra tudo o que representa uma cultura impregnada na sociedade brasileira.
Não somos a única nação do mundo a propagar a corrupção, mas somos intensificadores esta prática como um ritual, destes que tem que ocorrer porque nos identifica e muitas vezes vira o sentido do poder público ou da vida privada.